A Diretoria da Gestão 2020-2022 , denominada Hispanismo y reencuentros, surgiu do desejo de um grupo de professores de interesse acadêmico múltiplo no âmbito do Hispanismo, em contribuir para uma gestão da Associação Brasileira de Hispanistas (ABH). O grupo é integrado por docentes de diferentes carreiras, todos preocupados com as novas formas de interação com a sociedade e com a democratização da informação. Isso demanda maior divulgação da Associação Brasileira de Hispanistas, de modo a que esta possa interagir nos diferentes meios, suportes e recursos com distintos públicos. Devido ao êxito do trabalho da diretoria à frente da associação na gestão 2020-2022, fomos reconduzidos à diretoria da ABH para a gestão 2022-2024, com a presença de todos os membros, mudando a configuração de alguns dos cargos em relação à gestão anterior.
O grupo que se propõe a desempenhar essa nova gestão tem, ainda, como princípio continuar sendo uma Associação de pesquisa científica voltada para os atuais e próximos rumos do Hispanismo em terras brasileiras. No entanto, haja vista os movimentos contemporâneos na política educacional brasileira, nossa chapa entende ser este também o momento de destinar seu olhar para auxiliar a continuidade do ensino de espanhol na Educação Básica e dar especial atenção à pesquisa nos cursos de formação de professores, de profissionais das Letras e de pesquisadores na nossa área. Faz-se urgente a continuidade do acompanhamento, por parte da nova gestão da ABH, do debate sobre as políticas educacionais vigentes e do impacto das reformas curriculares universitárias no trabalho desenvolvido nas universidades públicas no tocante à formação de professores.
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O sistema universitário brasileiro reúne instituições de diferentes naturezas e esferas. A equipe gestora da chapa em questão agrega pesquisadores dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) e das Universidades Federais (UFs).
Os IFs já assumiram distintas institucionalidades em nosso país e são oriundos das escolas técnicas de formação de aprendizes e artífices para o mercado de trabalho industrial. São instituições centenárias e anteriores às UFs e também se encontram em todos os estados brasileiros. Em relação à presença da língua espanhola nos IFs, costuma-se assinalar o Tratado de Assunção (1991) como o marco responsável pela inserção da disciplina na educação profissional e tecnológica. Já a formação de professores de espanhol nos IFs inicia-se no ano de 2006, após a aprovação da já revogada Lei nº 11.161/2005.
A institucionalidade das Universidades no Brasil ainda é recente e sua maior expansão ocorre a partir de 1970. Os primeiros cursos superiores da área de Letras datam de 1920 em faculdades isoladas de Filosofia, Ciências e Letras. Somente a contar de 1930 as Faculdades de Letras ganham independência e presenciamos a oferta dos primeiros cursos de Bacharelado em Neolatinas e com isso o início da presença da língua espanhola no sistema universitário brasileiro.
O brevíssimo histórico serve para apontar alguns poucos dados sobre desde quando as forças de trabalho com a língua espanhola e suas literaturas estão presentes na educação superior brasileira e não podemos negar todo o trabalho já realizado até aqui por pesquisadores que nos antecederam. Disso surge o interesse de junção de nossa Chapa, portanto, de um trabalho que busca a reunião e as intersecções entre diferentes sujeitos responsáveis pelo Hispanismo em nosso país.
A Diretoria Hispanismo y reencuentros reconhece todo o trabalho realizado pelas gestões anteriores para o crescimento, o fortalecimento e a expansão das ações da ABH no decorrer de sua existência. Já avançamos muito e acreditamos que a Associação pode investir ainda mais no poder das redes e de seus novos hispanistas, com toda a sua diversidade e centros de formação de massa crítica. Para que isso ocorra, primeiro, faz-se necessário (re)conhecer quem somos, de quais lugares falamos, quais princípios teóricos empregamos, com quais outras áreas e Associações dialogamos e como podemos despertar o desejo de formar novos pesquisadores da área de espanhol, suas literaturas e culturas no Brasil.
Diante do crescimento das pesquisas no Hispanismo brasileiro, entendemos como essencial a compreensão do que é feito em nossa área para poder avançar na busca de novos trajetos. Também se faz importante considerar imagens e crenças sobre o que se entende por pesquisa científica, abordagens metodológicas, figura do pesquisador e instituições de pesquisa nos tempos atuais. Portanto, nossa chapa parte da necessidade da reflexão sobre as identidades que construíram o Hispanismo no Brasil para enxergar o hoje e aonde podemos e queremos chegar nos próximos anos.
Como ações e propostas para os dois anos de nossa gestão, pretendemos:
– discutir a noção de Hispanismo brasileiro e o papel de sua Associação;
– construir possibilidades de interação entre a ABH e outras Associações de pesquisa da área de Letras, Linguística e Literatura;
– verificar formas de maior parceria entre a ABH e demais Associações Internacionais de Hispanistas com o objetivo de (re)pensar o Hispanismo em outros espaços;
– mobilizar as comunidades científica e acadêmica para participarem da ABH como ouvintes, parceiros e futuros sócios;
– promover um trabalho de parceria entre a ABH e os colegas de Associações de Professores de Espanhol no Brasil, principalmente naquelas regiões ou estados com poucas ações formativas relacionadas ao ensino de espanhol;
– contribuir na divulgação de ações formativas oriundas dos cursos de Letras/Espanhol ofertados por Institutos Federais, Universidades e Faculdades públicas e particulares, com vistas ao fortalecimento do Hispanismo brasileiro e identificação das identidades desses centros e de suas formas de trabalho;
– abrir espaço na ABH para discussões sobre as concepções de formação inicial e os desafios decorrentes da formação de professores de espanhol nas instituições pesquisadas;
– auxiliar na difusão e na promoção de pesquisas concluídas em Programas de Pós-Graduação com relação direta e indireta com os temas de interesse do Hispanismo;
– contribuir para o acompanhamento das políticas educacionais, linguísticas e de reformas universitárias que sejam coerentes com a pluralidade e diversidade de práticas e posturas;
– estabelecer formas de interação com os associados e demais público interessado via redes sociais múltiplas como forma de divulgar o trabalho da ABH, dos sócios e de outros assuntos do Hispanismo;
– contribuir para o avanço da política editorial da revista da ABH e dos prêmios já existentes, bem como pensar novas formas de circulação da informação científica;
– continuar com a realização da Jornada Hispanismos em debate, ao promover atividades de formação inicial e continuada, no formato presencial ou à distância, sobre temas do Hispanismo e suas intersecções;
Esperamos, no final de nossa gestão, ter contribuído para o histórico do Hispanismo brasileiro a partir da necessidade de (re)pensar suas bases, avaliar seu crescimento como área e a relevância de sua aproximação à pesquisa científica que se orquestra em instituições de natureza diversa e de experiências de ensino em diferentes níveis de ensino.
Pelo exposto, apresentamos nossa candidatura ao próximo período de gestão da ABH, certos de nosso compromisso pelo fazer investigativo e da luta pela qualidade e igualdade da educação pública nos diferentes lugares de nosso país.
DIRETORIA 2022-2024
Presidenta
Vice-presidenta
1º. secretário
2º. secretário
1ª. tesoureiro
2ª. tesoureiro
CONSELHO CONSULTIVO 2022-2024
TITULARES
Adrián Pablo Fanjul (USP) – Presidente
Ayrton Ribeiro de Souza (IFSP)
Benivaldo José de Araújo Júnior (USP)
Cristiane de Mesquita Alves (UFPA)
Doris Cristina V.S. Matos (UFS)
Luciana Maria Almeida de Freitas (UFF)
Thayane Silva Campos (UFRN)
SUPLENTES
Ítalo Oscar Riccardi León (UNIFAL)
Isis Milreu (UFCG)
Xoán Carlos Lagares Diez (UFF)
CONSELHO FISCAL 2022-2024
TITULARES
Joyce Palha Colaça (UFS) – Presidenta
Elzimar Goettenauer de Marins Costa (UFMG)
Luizete Guimarães Barros (UEM)
SUPLENTES
Acácia dos Anjos Santos Rosa (UFS)
Antonia Javiera Cabrera Muñoz (UFVJM)
Fábio Barbosa de Lima (USP)